ArteForum amanhece com pedaladas musicais
A Orquestra Cyclophonica fez o amanhecer de domingo no ArteForum ficar mais vivo, colorido e contagiante. Os músicos-ciclistas iniciaram o percurso em direção à UFRJ no Leme e, desde lá, envolveram o público que estava na orla. Segundo Marcela de Oliveira, bolsista do FCC/UFRJ, “foi…
A Orquestra Cyclophonica fez o amanhecer de domingo no ArteForum ficar mais vivo, colorido e contagiante. Os músicos-ciclistas iniciaram o percurso em direção à UFRJ no Leme e, desde lá, envolveram o público que estava na orla. Segundo Marcela de Oliveira, bolsista do FCC/UFRJ, “foi impressionante a participação das pessoas que passavam.” Quem estava no carro parava, fotografava, olhava curioso tentando descobrir do que se tratava. Já quem estava à pé, juntava-se ao grupo e dançava.
Um homem que passava pela avenida Atlântica não resistiu e caiu no samba com a Cyclophonica.
http://www.youtube.com/user/CULTURAUFRJ#p/c/EA3D3B0BA41A9B33/9/s5Kz0gdES88
Ao chegar ao Instituto de Psiquiatria (IPUB), aos poucos, a música foi tomando conta do espaço. Médicos e pacientes iam descendo e, segundo Vanessa Rocha, produtora do FCC/UFRJ, há tempos não se via um público tão participativo e animado:
– Eles cantavam, pediam música, batiam palmas, gritavam… Engraçado é que estava chovendo e, quando a Cyclophonica entrou no IPUB, abriu um sol imenso. Parecia até ser proposital, como se algo estivesse iluminando aquela interação entre músicos e pacientes.
Cerca de trinta pessoas curtiram as músicas que os “cyclophonicos” tocaram juntamente com o grupo Cancioneiros do IPUB, coordenado pelo musicoterapeuta Vandré Talita. Maluco Beleza e Metamorfose ambulante foram alguns dos hits que levaram os pacientes à loucura. Segundo o idealizador da Cyclophonica, Leonardo Fucks, foi muito especial esse contato, pois são pessoas muito sensíveis às artes e encaram a excentricidade da orquestra de uma maneira muito natural:
– Uma paciente pediu muito para tocarmos Metamorfose Ambulante, do Raul Seixas. Ela foi para o palco, pegou um microfone e cantou com tanta expressão e desenvoltura que, de fato, teve uma metamorfose na frente de todos (…). Mas, certamente, o momento mais forte foi quando todos tocamos e cantamos Maluco Beleza. Ficamos muito emocionados, é difícil de explicar. Todos da Cyclophonica e da plateia tínhamos lágrimas nos olhos, um sentimento muito bonito e raro.
Depois dessa calorosa apresentação, eles pedalaram em direção à fachada do FCC/UFRJ e, para Fuks, “foi outra emoção, sobretudo pelo tapete de serragem colorida, belíssimo, criado por estudantes da Escola de Belas Artes da UFRJ.
Assista à apresentação: http://www.youtube.com/user/CULTURAUFRJ
O professor Leonardo Fuks realizou ainda uma oficina, na qual os participantes tiveram a oportunidade de construir, operar e tocar flautas e clarinetas gigantes, bambolês sonoros, carrilhões de sinos, vergalhões e peças cerâmicas.
Rafael Barcellos
Jornalista do FCC/UFRJ
Edição: Zilda Martins