Ciclo de Seminários “1917-2017: O Ano que Abalou a História” Celebra os 100 Anos da Revolução Russa

O Seminário Internacional acontece de 28 a 30 de novembro, das 15h às 20h30, no auditório Pedro Calmon do Palácio Universitário da UFRJ, no Campus da Praia Vermelha. O evento é uma iniciativa de articulação interuniversitária e interinstitucional.

 

O Seminário Internacional acontece de 28 a 30 de novembro, das 15h às 20h30, no auditório Pedro Calmon do Palácio Universitário da UFRJ, no Campus da Praia Vermelha. O evento é uma iniciativa de articulação interuniversitária e interinstitucional.

Em 2017, completam-se 100 anos do evento histórico que redefiniu os caminhos da história contemporânea: a Revolução Russa. No meio da carnificina deflagrada pela I Guerra Mundial, resultado de embates entre impérios, potências emergentes e poderosos interesses econômicos nacionais e internacionais, a Revolução Russa anunciou a possibilidade de uma nova era: de paz, de solidariedade entre os povos, mas também de fim de toda a exploração, discriminação, opressão – de classe, de raça, colonial, de gênero.

Embora esses objetivos não tenham sido alcançados, a repercussão da Revolução Russa foi universal. Entre as classes populares, nos sindicatos e partidos políticos, na juventude, em todos os continentes, em todos os países, na América Latina e no Brasil, ecoavam as mudanças radicais preconizadas pelos revolucionários russos: todo o poder aos sovietes, terra aos camponeses, fim imediato da guerra, controle operário, liberdade para as nações autodeterminarem seus destinos. Sob o lema: “Pão, Paz e Terra”, inaugurava-se um processo que iria abalar a História.

Na luta contra o nazismo na II Guerra Mundial, nas lutas anti-coloniais, nas conquistas educacionais e culturais e nos avanços em termos de direitos igualitários, as condições de vida nos países do chamado “socialismo real”, nos direitos trabalhistas e sociais conquistados nas sociedades capitalistas, o pensamento e a ação dos socialistas foram, sempre, fator decisivo. Mas, como se sabe, de outro lado, a história dos países do chamado “socialismo real” foi também uma história de autoritarismo, burocratização e culto à personalidade, de graves atentados à liberdade de organização e expressão, de perseguições e assassinatos de dissidentes, de irresponsabilidade ambiental, de manutenção da separação entre trabalho intelectual e manual, de apoio a regimes ditatoriais e de subordinação de partidos e movimentos de todo o mundo a interesses geopolíticos e econômicos do Estado Soviético.

O século XX, que começou com uma grande guerra e uma revolução, terminou assistindo ao ocaso das sociedades e estados do “socialismo real”, seguido, em quase todos os países que se proclamaram alguma vez “socialistas”, pelo restabelecimento das formas de produção e reprodução do capitalismo.

Para aqueles e aquelas que não abdicaram das lutas pela igualdade e pela liberdade, que ainda acreditam na História como um campo de possibilidades, inclusive de superação da miséria, da exploração, das desigualdades e de todas as formas de opressão e discriminação, os caminhos e descaminhos, encantos e desencantos da primeira experiência de construção do socialismo são ainda hoje objeto de controvérsia e debate. 

Neste centenário, há muito a celebrar, grandes feitos e heróicos combates a relembrar, realizações a registrar e resgatar, mas há muito a refletir, a pesquisar, a compreender e a avaliar: dogmas, conceitos, propostas e concepções a rever, e, sobretudo, novos caminhos a inventar para caminhar na direção de uma sociedade livre e  igualitária,  onde a aventura humana da solidariedade, do buen vivir e da liberdade possam ser uma experiência universal, compartilhada por homens e mulheres de todos os povos.

Frente aos desafios da contemporaneidade e aos  que pretendem proclamar o “fim da história” e ignorar os anseios de mudança que não deixam de surgir, professores e pesquisadores de diferentes universidades reúnem-se a movimentos sociais num esforço integrado e cooperativo para celebrar o centenário do Ano que Abalou  a História, olhando criticamente para o passado e vislumbrando os sinais e as promessas de futuro que estão presentes em nossa sociedade e em suas lutas.

O Seminário “1917-2017: O Ano que Abalou a História” acontece no Salão Pedro Calmon, no Palácio Universitário da UFRJ, localizado na avenida Pasteur, 250, Urca.

flyer ciclo 1917 2017 UM OUTRO SOCIALISMO verso 1

 

As inscrições são gratuitas.

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