Conferência Polifonias Afroindígenas no BrasiL
Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ sedia a primeira Conferência Polifonias Afroindígenas no Brasil
Nesta quinta (14/03) o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ sediou a primeira edição da Conferência Polifonias Afroindígenas no Brasil.
O evento debateu a importância da língua para o desenvolvimento e como as línguas coloniais dos invasores impactaram no seu desenvolvimento integral, no pertencimento, no reconhecimento e na valorização das culturas ancestrais que nos constituem como ser, no tempo presente.
A professora e pesquisadora de Culturas Africanas, Kaká Portilho em sua fala de abertura apontou a diversidade da nossa língua e a importância do resgate da nossa cultura, de acordo com a pesquisadora, enquanto vivenciarmos culturas euro estadunidenses ainda não seremos humanizados, tudo que é feito e pensado a partir dessas culturas não nos incluem.
A mesa de abertura contou com a participação da professora Kaká Portilho (Instituto Hoju), prof. Márcia Cabral (Superintendente de Saberes Tradicionais), professora Patrícia Dornelles (chefe do departamento de terapia ocupacional) e Marcelo Kischinhevsky (diretor da Rádio UFRJ e representante da Fórum), e a mesa principal contou com a participação da professora Fátima Lima (Professora do Programa de Pós- Graduação em Linguística Aplicada UFRJ) e Kaká Portilho.
A Superintendente de Saberes Tradicionais do Fórum Márcia Cabral registrou a abertura das portas do Fórum e da SuperSaberes para os povos e comunidades tradicionais e a necessidade de continuarmos construindo uma política reparadora do processo histórico colonizador e racista. Em sua fala a professora enfatizou a importância de se construir vozes representativas dentro da universidade com representantes das comunidades tradicionais falando a partir dos seus saberes.
Marcelo Kischinhevsky, diretor da Rádio UFRJ e representante do Fórum, ressaltou a institucionalização do NEABI e a criação da Superintendência de Saberes Tradicionais nas duas últimas gestões do Fórum e como a universidade vem construindo políticas de reparação histórica.
Na mesa principal que contou com a participação da professora Fátima Lima (Professora do Programa de Pós- Graduação em Linguística Aplicada UFRJ) e Kaká Portilho (Institudo Hoju), Fátima Lima citou diversos pensadores como Beatriz Nascimento, Denise Ferreira, Abdias Nascimento e Lélia Gonzales para fomentar o debate sobre a riqueza da nossa língua e o apagamento instaurado pela colonização, de acordo com a professora a cultura Yorubá é uma cultura que nos atravessa pela Afropindoramica.
Além de ritualizar da importância da língua Yorùbá para a cultura brasileira, a abertura do evento contou com o ritmo dos atabaques comandados pela Ajoye Iasmim de Oliveira com cânticos na língua Yorùbá e nas línguas afro-brasileiras, também ocorreu a performance com os artistas Verônica Pereira e Fábio Costta e comidas típicas.
O evento foi idealizado pelo Instituto Hoju, em parceria com a Lagos State University (LASU), o Lab-Isè/UFRJ e a Superintendência de Saberes Tradicionais do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, uniram esforços em uma inédita cooperação internacional para realizar a I Conferência Polifonias Afroindígenas no Brasil, um desdobramento da parceria com o Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros (LASUCAS), e a Conferência Internacional Brasil/África, que está em sua terceira edição (será nos dias 21 a 25 de outubro de 2024 na Nigéria).
Fotos: Bira Soares