“Formas de lembrar e narrar o passado podem legitimar ou dificultar projetos políticos no presente”
Aberta ao público desde maio, a exposição "Rastros da Verdade” apresenta arquivos produzidos ou pesquisados ao longo dos dois anos e oito meses de trabalho da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro. No Brasil, a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2012, abriu caminho para o surgimento de mais de uma centena de órgãos semelhantes em esferas estatais ou pelas mãos da sociedade civil. Os relatórios e acervos destas comissões são documentos de um tempo em que se jogou luz sobre as violências da ditadura, na contramão de um esquecimento forçado que por décadas foi questionado apenas por familiares de mortos e desaparecidos, ex-presos políticos e movimentos sociais. Hoje, como reação aos debates levantados naquele momento, o negacionismo volta a ganhar força. É nesse contexto que a exposição busca incidir, ao colocar em evidência o esforço coletivo de luta por memória, verdade, justiça e reparação representada pelas comissões da verdade.