Instalações para modificar o espaço da UFRJ
Quem compareceu ao ArteForum, realizado pelo Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, nos dias 4 e 5 de junho, no campus da Praia Vermelha, percebeu uma radical alteração no espaço físico dos corredores e salas da Escola de Comunicação (ECO). Durante todo o evento,…
Quem compareceu ao ArteForum, realizado pelo Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, nos dias 4 e 5 de junho, no campus da Praia Vermelha, percebeu uma radical alteração no espaço físico dos corredores e salas da Escola de Comunicação (ECO). Durante todo o evento, uma série de instalações fixas instigou a curiosidade dos espectadores ao modificar as paisagens da universidade.
Na semana que antecedeu o evento, o desenvolvimento de algumas instalações já intrigava. O Balaio de Gatos,de Ronald Duarte, começou a ser montado na sexta, dia 3, e já provocava algumas reações. Essa confusão é explicada pela própria proposta do núcleo, que é a de provocar estranhamento ao inserir as obras em espaços públicos.
Glória Ferreira, professora da Escola de Belas Artes da UFRJ e responsável pela curadoria do núcleo Instalações, explicou que a relação com a universidade foi critério decisivo na escolha dos artistas. Segundo Ferreira, a proposta de intervir em espaços comuns funcionaria melhor se os responsáveis se sentissem, de alguma forma, parte da obra. Alguns, como Ronald, são funcionários da universidade; outros fizeram suas graduações ou mestrados nela.
Artistas expõem suas obras por todo o campus
Logo na entrada, na área externa do hall do Fórum de Ciência e Cultura, os visitantes se deparavam com três carros amarrados por fitilhos a um poste. Era a instalação Bus 1, do artista Helio Branco, que fez graduação e mestrado na UFRJ. No espaço do Laguinho, área comunal da Escola de Comunicação, estavam expostas as obras Balaio de Gatos, de Ronald Duarte; Arquitetuvore (a), de AoLeo; e A Fonte, de Bruno Miguel. Na área externa do antigo bandejão, o grupo Coletivo Gráfico realizou intervenção com cartazes lambe-lambes ilustrados com imagens em serigrafia.
As salas da ECO foram esvaziadas para receber três obras. Furta Cor, de Gustavo Prado, projetava imagens em quatro camadas translúcidas de tecido. Além dela, estavam o vídeo Onde os Olhos Alcançam, de Analu Cunha, e a exposição fotográfica da série 4 Elementos, de AoLeo. Já os corredores exibiam a obra 1000 Pássaros para o Rio de Janeiro, de Rosana Ricalde, em que o público podia levar para casa os papéis de pipa com imagens de pássaros que foram afixados nas paredes. Os Chuveiros Sonoros, de Romano, transmitiam uma ambientação ao emitir sons de pessoas cantando com uma acústica típica de banheiros.
Com uma apresentação no sábado e outra no domingo, a intervenção artística Guarda-chuvas Sonoros, também de Romano, divertiu o público que compareceu ao Teatro de Arena. A palestra do professor argentino Jorge La Ferla foi interrompida brevemente por artistas munidos de guarda-chuvas, que emitiam sons e simulavam uma tempestade, sentavam na plateia e lá permaneciam por alguns instantes.
ANDREY RAYCHTOCK
Estagiário de Jornalismo do FCC/UFRJ
Edição: Zilda Martins