Intervenções críticas dão o tom do ArteForum
Com direito a convidados internacionais e nacionais, série de palestras se realizaram no Teatro de Arena da UFRJ. Distribuídas ao longo dos dois dias do evento (04 e 05/06), sete intervenções críticas aconteceram no Teatro de Arena do campus da Praia Vermelha da UFRJ, como…
Com direito a convidados internacionais e nacionais, série de palestras se realizaram no Teatro de Arena da UFRJ. Distribuídas ao longo dos dois dias do evento (04 e 05/06), sete intervenções críticas aconteceram no Teatro de Arena do campus da Praia Vermelha da UFRJ, como parte integrante do ArteForum. Entre os presentes estavam os argentinos Daniel Link e Jorge La Ferla, a colombiana Ana Maria Ochoa, o britânico Richard Colson e o americano Steven Shaviro, além dos brasileiros Nelson Brissac e Nuno Ramos.
Sábado em castelhano
O primeiro a apresentar suas ideias no Teatro de Arena foi o professor Daniel Link, da Universidade de Buenos Aires. Na intervenção Arte y técnica hoy: Youtube, el neolítico superior, Link falou das revoluções causadas pelo site de compartilhamento no cotidiano dos indivíduos. “O Youtube é um poderoso veículo antropológico: os amores perdidos, os nascimentos, os costumes, as festas… os usuários começaram a fazer upload de tudo” – afirmou. Disse ainda que o site “não reproduz o que aconteceu, como a memória, mas estabelece uma nova relação porque carece de curadoria, de investimento de sentido.”
O segundo palestrante, professor Jorge La Ferla, também veio da Universidade de Buenos Aires para falar acerca de El vídeo em la historia de las artes audiovisuales. O professor apresentou um panorama geral sobre o desenvolvimento do audiovisual na Argentina. La Ferla exibiu uma série de vídeos produzidos pelo Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, que também tinham sido exibidos no Itaú Cultural, de São Paulo.
O encerramento do dia se deu com a intervenção Natureza, tecnologia, sonido e imagen em el Caribe colombiano: repensar la noción de patrimônio intangible como recurso político, da professora colombiana Ana Maria Ochoa. Fazendo conexões entre a champeta, ritmo caribenho derivado da música africana, e a música indígena local, a professora encerrou o primeiro dia de evento questionando o uso de manifestações culturais na área política.
Debate com Nuno Ramos enche o Teatro no domingo
Com tradução simultânea para os espectadores, o artista britânico Richard Colson abriu as atividades do dia apresentando o trabalho Sense before feeling: working towards a digital algebra of the senses. Colson mostrou trabalhos de artistas que combinam os mais variados sentidos, para mostrar a importância de sua exploração no terreno das artes.
A intervenção seguinte ficou por conta de Steven Shaviro, crítico cultural norte-americano. Shaviro leu parte da obra The universe of things, do escritor britânico de ficção Gwyneth Jones, que conta a história do encontro de um ser humano e um alienígena.
Após a exibição do curta Spiral Jetty, de Robert Smithson, o brasileiro Nelson Brissac comentou a obra do artista na intervenção Paisagens Críticas. Mostrou a importância dos trabalhos de Smithson desenvolvidos sobre formações geológicas para modificar a paisagem de lugares inóspitos como montanhas e rios de sal.
A finalização do evento ficou por conta do multiartista Nuno Ramos, que subiu ao palco do Teatro de Arena para declamar seus poemas. Na apresentação O poço e o pêndulo, contou com a colaboração da sambista Dona Inah e de Eduardo Clima. Em seguida, Ramos debateu com a professora da Unirio, Flora Süssekind, aspectos de sua obra e de outros artistas, como Carlos Drummond de Andrade.
Andrey Raychtock
Estágiário de Jornalismo – FCC/UFRJ
Edição: Zilda Martins