Museu Nacional adquire equipamento entre os mais avançados do mundo
Microtomógrafo produz imagens de alta definição para análises detalhadas das amostras do acervo
Após um longo processo que envolveu três tentativas de aquisição, o Museu Nacional anuncia a chegada de um microtomógrafo de ponta, que promete colocar a pesquisa realizada pelo seu corpo social novamente na vanguarda científica do mundo. Chegado em 12 de maio e instalado no final de setembro de 2023, o equipamento representa um marco na capacidade de investigação do museu.
Aplicação
Já há alguns anos aprovado pela Congregação do Museu, a compra do novo equipamento é um investimento fundamental para a instituição, uma vez que atenderá a todos os departamentos de pesquisa. Seu principal objetivo é produzir imagens de alta definição que permitirão análises detalhadas da morfologia interna de qualquer exemplar do vasto acervo do Museu, dispensando a necessidade de técnicas destrutivas.
“O alcance é impressionante, permitindo, por exemplo, a visualização do esqueleto de uma espécie de lagartixa coletada em 1876 em Fernando de Noronha, e hoje aparentemente extinta”, explica o professor José Pombal Jr, docente do Departamento de Vertebrados e um dos responsáveis pela aquisição. Segundo o professor Cristiano Moreira, trata-se de um equipamento tecnológico de ponta, único no Brasil e que opera simultaneamente como um tomógrafo e um microscópio 3D de Raio X, unindo duas funções em um único dispositivo.
Tecnologia
Com uma capacidade de resolução extraordinária, o equipamento é fabricado na Califórnia pela empresa alemã Zeiss, cuja qualidade inigualável tornou-a a escolha ideal. Além da qualidade, a facilidade de acesso à assistência técnica a médio e longo prazo foi um fator determinante na escolha.
O equipamento pesa cerca de 3 toneladas e uma das principais características é o seu funcionamento seguro, pois não gera radiação prejudicial, permitindo que pesquisadores de dentro e de fora da instituição trabalhem com ele sem a necessidade de maiores precauções. A sua capacidade é tão vasta que a totalidade de seu potencial ainda não foi explorada e a equipe formada por pesquisadores do Museu e da empresa Zeiss estão, nesta primeira fase, se dedicando a inúmeros testes com várias amostras do acervo. Além dos múltiplos usos em pesquisas, existe um potencial de aplicação das imagens para a construção de modelos para impressão em 3D, o que pode vir a enriquecer o acervo expositivo do Museu Nacional quando de sua reabertura, prevista para acontecer de forma integral em 2028.
A aquisição do microtomógrafo e de um Microscópio de Varredura Zeiss, que contou com o apoio logístico da Coppetec, representa um marco significativo para a pesquisa do Museu, uma vez que o único microscópio eletrônico que estava sob sua posse foi lamentavelmente destruído pelo incêndio ocorrido em 2018. Os novos equipamentos recolocam o Museu Nacional na vanguarda da pesquisa científica, prometendo desvendar segredos de seu vasto acervo e proporcionar avanços científicos significativos.
Raphael Pizzino (SuperCom/FCC)