Museu Nacional adquire equipamento entre os mais avançados do mundo
Microtomógrafo produz imagens de alta definição para análises detalhadas das amostras do acervo

Foto: Raphael Pizzino (SGCOM)
Após um longo processo que envolveu três tentativas de aquisição, o Museu Nacional anuncia a chegada de um microtomógrafo de ponta, que promete colocar a pesquisa realizada pelo seu corpo social novamente na vanguarda científica do mundo. Chegado em 12 de maio e instalado no final de setembro de 2023, o equipamento representa um marco na capacidade de investigação do museu.
Aplicação
Já há alguns anos aprovado pela Congregação do Museu, a compra do novo equipamento é um investimento fundamental para a instituição, uma vez que atenderá a todos os departamentos de pesquisa. Seu principal objetivo é produzir imagens de alta definição que permitirão análises detalhadas da morfologia interna de qualquer exemplar do vasto acervo do Museu, dispensando a necessidade de técnicas destrutivas.

Foto: Raphael Pizzino (SGCOM)
“O alcance é impressionante, permitindo, por exemplo, a visualização do esqueleto de uma espécie de lagartixa coletada em 1876 em Fernando de Noronha, e hoje aparentemente extinta”, explica o professor José Pombal Jr, docente do Departamento de Vertebrados e um dos responsáveis pela aquisição. Segundo o professor Cristiano Moreira, trata-se de um equipamento tecnológico de ponta, único no Brasil e que opera simultaneamente como um tomógrafo e um microscópio 3D de Raio X, unindo duas funções em um único dispositivo.
Tecnologia
Com uma capacidade de resolução extraordinária, o equipamento é fabricado na Califórnia pela empresa alemã Zeiss, cuja qualidade inigualável tornou-a a escolha ideal. Além da qualidade, a facilidade de acesso à assistência técnica a médio e longo prazo foi um fator determinante na escolha.

Foto: Raphael Pizzino (SGCOM)
O equipamento pesa cerca de 3 toneladas e uma das principais características é o seu funcionamento seguro, pois não gera radiação prejudicial, permitindo que pesquisadores de dentro e de fora da instituição trabalhem com ele sem a necessidade de maiores precauções. A sua capacidade é tão vasta que a totalidade de seu potencial ainda não foi explorada e a equipe formada por pesquisadores do Museu e da empresa Zeiss estão, nesta primeira fase, se dedicando a inúmeros testes com várias amostras do acervo. Além dos múltiplos usos em pesquisas, existe um potencial de aplicação das imagens para a construção de modelos para impressão em 3D, o que pode vir a enriquecer o acervo expositivo do Museu Nacional quando de sua reabertura, prevista para acontecer de forma integral em 2028.
A aquisição do microtomógrafo e de um Microscópio de Varredura Zeiss, que contou com o apoio logístico da Coppetec, representa um marco significativo para a pesquisa do Museu, uma vez que o único microscópio eletrônico que estava sob sua posse foi lamentavelmente destruído pelo incêndio ocorrido em 2018. Os novos equipamentos recolocam o Museu Nacional na vanguarda da pesquisa científica, prometendo desvendar segredos de seu vasto acervo e proporcionar avanços científicos significativos.
Raphael Pizzino (SuperCom/FCC)