População entende o risco climático, atesta estudo da UFRJ
O relatório da ONU sobre a crise ambiental mostra a importância de governos começarem a […]
O relatório da ONU sobre a crise ambiental mostra a importância de governos começarem a agir para evitar o caos. Se falta consciência aos governantes, a população está atenta e percebendo os efeitos do aquecimento global. É o que mostra a pesquisa “Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Econômico: percepções da população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, por meio do Laboratório Conexões do Clima. O blog adianta o estudo que será lançado no dia 24 de maio.
O levantamento fez um diagnóstico sobre como as classes B e C percebem os efeitos do aquecimento global em seu dia a dia. Não houve negacionismo, o debate climático foi bastante receptivo entre o público pesquisado.
Um dos temas que mais geram preocupação é o de chuvas intensas, inundações, deslizamentos e segurança hídrica. Queimadas na Amazônia e no Pantanal também foram lembradas, mas como problemas mais distantes.
As cenas dos recentes desabamentos de encostas em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, ou a vivência de dramas pessoais, com o enfrentamento de alagamentos de ruas e casas em períodos de chuvas, tanto na baixada fluminense como em diferentes regiões do estado, ajudam a acentuar a ideia de que existe um risco cada vez maior para todos.
– Há uma visão de que algo grave está acontecendo, com mais desastres, chuvas mais fortes e mais frequentes, e estações do ano mais indefinidas. Apesar de não haver dentro desse grupo pesquisado uma formulação mais precisa sobre o tema, há uma percepção instintiva de que vivemos uma crise ambiental grave e que as consequências podem ser devastadoras – explica a coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, Tatiana Roque.
Lixo e esgoto são problemas levantados com frequência e espontaneamente. Os seguidos casos de geosmina na água também foram lembrados. Muitos lembram da Baía de Guanabara como um caso que evidencia a má educação do povo que joga lixo e polui, por um lado; e a ineficiência das políticas públicas, por outro – “Despoluição da Baía de Guanabara há mais de 20 anos…é um case de fracasso”.
– Há um entendimento de que esses problemas são reflexos da falta de cuidado com a limpeza urbana. Mas há pouca esperança de que o poder público resolva o problema- destaca Tatiana.
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