Sons no Fórum

Linha de ação de atividades sonoras e musicais do Fórum de Ciência e Cultura da […]

Linha de ação de atividades sonoras e musicais do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, que tem como objetivo principal promover ações interativas na UFRJ que discutam e difundam o som e, mais especificamente, a música, em suas possibilidades múltiplas de expressão, fortalecendo a Universidade como um lugar de debate transdisciplinar. São objetivos específicos: fomentar uma rede de agentes criadores que possam desenvolver projetos coletivos (interinstitucionais e interdepartamentais) a partir dos objetivos e eixos da Linha; facilitar, através da música, o encontro da comunidade universitária, colaborando para uma integração entre os campi, os cursos, e entre técnicos, alunos e professores; fomentar ainda mais o uso dos espaços da Universidade, em especial do Fórum de Ciência e Cultura, pela comunidade carioca; promover a música em sua diversidade; promover ações educativas não-formais no âmbito da música, primando pelas formas lúdicas de interação; desenvolver uma rede de financiadores e apoiadores da Linha.

Sua proposta surge a partir da demanda por uma programação musical mais diversificada, demanda esta identificada na análise de três pesquisas realizadas entre 2009 e 2011: pesquisa de público aplicada nas temporadas 2009 e 2010 da Série Música no Fórum; uma pesquisa realizada com alunos da Escola de Música em 2010 sobre interesse em atividades musicais; e uma pesquisa realizada em 2011 com alunos, professores e técnicos do Campus da Praia Vermelha que lhes questionava o interesse em atividades culturais na UFRJ, e especialmente musicais.

Sons no Fórum é composta por Projetos Horizontais, de temáticas transversais à questão da música e do som, e por Programas com objetivos específicos, formados por projetos que se caracterizam por difundir expressões cujas singularidades merecem ser destacadas ou cuja demanda se torne evidente no decorrer da realização das ações transversais.

Motivação

Trabalhar o som como elemento motivador de uma Linha de Ação no Fórum de Ciência e Cultura é um desafio talvez mais complexo do que trabalhar somente a música, quando entendemos que tudo o que conhecemos como matéria é capaz de produzir som, e que o som, além de nos afetar pelo sentido da audição, afeta o corpo de muitas outras formas, à medida que sentimos as vibrações das ondas sonoras e entramos, assim, em contato com a dança, o riso, o choro, a lembrança, os devires. O contato com os sons do mundo e do nosso próprio corpo nos produz (e nos faz produzir) ressonâncias variadas, experiências múltiplas para as quais muitas vezes nos faltam palavras. A música, som por excelência, tem grande eficácia simbólica, nos diz José Miguel Wisnik (1989) apropriando-se de um conceito de Lévi-Strauss, pelo seu poder de atuação sobre o corpo e a mente, a consciência e a inconsciência: “o feto cresce no útero ao som do coração da mãe”, “o ritmo está na base de todas as percepções”. Wisnik argumenta que, se nos isolássemos de tudo, em uma caixa onde não fosse possível ouvir nada externo a nós mesmos, ainda assim o som estaria presente, pois ouviríamos nosso coração, nossa respiração, o sangue que circula. E sentiríamos as vibrações desse sangue, dessa circulação, do coração. Assim, o som encontra-se nas fronteiras: entre o material e o imaterial; entre a ciência e a cultura. É física, mas também antropologia. É arte e matemática. Trabalhar o som é trabalhar com as muitas possibilidades de interação entre os saberes e as práticas, porque, mais do que pertencer às experimentações das disciplinas, está no corpo e no cotidiano.

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