Tecnologias na Educação: qual o papel do professor?
Da esquerda para a direita: Rogério Rios, Alexandre Neves Louzada, a mediadora Patrícia Gurgel, Henrique Sobreira e Ricardo Ferreira. Crédito da foto: Luís Felipe Sá. Na manhã do dia 20 de outubro, o auditório do Salão Pedro Calmon recebeu um debate sobre o uso das…
Da esquerda para a direita: Rogério Rios, Alexandre Neves Louzada, a mediadora Patrícia Gurgel, Henrique Sobreira e Ricardo Ferreira. Crédito da foto: Luís Felipe Sá.
Na manhã do dia 20 de outubro, o auditório do Salão Pedro Calmon recebeu um debate sobre o uso das tecnologias nos processos de aprendizagem, parte integrante da quarta mesa da XII Semana de Educação da UFRJ. Com a presença de quatro professores de diferentes áreas, a mesa evoluiu para uma discussão sobre a razão de ser dos docentes em uma sociedade altamente tecnológica.
O professor de Biologia, Ricardo Ferreira, do Colégio Estadual Ignácio Azevedo do Amaral, criticou a pouca eficácia das iniciativas do governo para incluir a tecnologia nas escolas estaduais. Ferreira mostrou a lentidão do notebook que recebeu do Estado ao tentar, sem sucesso, acessar o sistema interno da escola em que leciona. Além dos equipamentos pouco funcionais, para ele o problema é maior: “A tecnologia existe, só que os professores não recebem a instrução necessária para o manuseio dos equipamentos “.
Henrique Sobreira, professor da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ), gerou polêmica ao defender uma radical revisão no papel dos professores para o enfrentamento do mundo moderno. Se definindo como um “anarco-desburocratizante”, afirmou que o professor já havia sido substituído por tecnologias (os livros didáticos e, mais tarde, os filmes) e que o ensino propedêutico (isto é, o ensino de conhecimentos mínimos, que não visam proficiência) já chegou ao fim. “Para não se tornar obsoleto, o professor precisa arrumar uma forma de só precisar, para o exercício do seu papel, da sombra de uma árvore. Todo o resto poderá ser substituído por uma máquina”, afirmou Sobreira.
Completaram a mesa os professores Rogério Rios e Alexandre Neves Louzada, ambos da Faetec. Louzada, que leciona informática, apresentou projetos de informatização, implantados em sua escola, como o Ecoaulas (http://projetoecoaulas.grouply.com/). Rios, que se definiu como um “homem de ideias”, afirmou que o papel do professor de criar relações com os alunos e de pensar como um ser humano jamais poderá ser substituído integralmente por tecnologias.
Andrey Raychtock e Luís Felipe Sá
Estagiários de Jornalismo