Uma luz de acesso no Jantar às Escuras

Paladar, tato, olfato, audição, o aspecto sensorial e os sentidos complementares à visão puderam ser vivenciados por cerca de cinquenta convidados durante um Jantar às Escuras promovido por alunos do curso de gastronomia da UFRJ, dia 13 de maio, e que fez parte do III Encontro Nacional de Acessibilidade Cultural, no Fórum de Ciência e Cultura.

Durante duas horas, todos permaneceram com os olhos vendados – desde a entrada no salão do evento até o final do jantar – experimentando o cotidiano das pessoas com deficiências visuais. As barreiras físicas como um simples sentar à mesa ou posicionamento dos copos para o alcance das mãos tornaram-se tão inusitadas quanto descobrir quem e quantas pessoas estavam ao seu redor, à mesa.

Paladar, tato, olfato, audição, o aspecto sensorial e os sentidos complementares à visão puderam ser vivenciados por cerca de cinquenta convidados durante um Jantar às Escuras promovido por alunos do curso de gastronomia da UFRJ, dia 13 de maio, e que fez parte do III Encontro Nacional de Acessibilidade Cultural, no Fórum de Ciência e Cultura.

Durante duas horas, todos permaneceram com os olhos vendados – desde a entrada no salão do evento até o final do jantar – experimentando o cotidiano das pessoas com deficiências visuais. As barreiras físicas como um simples sentar à mesa ou posicionamento dos copos para o alcance das mãos tornaram-se tão inusitadas quanto descobrir quem e quantas pessoas estavam ao seu redor, à mesa.JANTAR ES 1

O cardápio temático cabo-verdiano ia sendo conhecido pelos convidados à medida que os garçons (alunos de gastronomia) serviam, sempre no conceito conhecido como finger foods (pequenas porções). A escolha da culinária foi alusiva à data do evento – 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura no Brasil – homenageando a influência africana na diversidade cultural brasileira. E, especialmente, incentivando a troca de experiências com o aluno do curso de gastronomia, Ernani Moraes, responsável pela elaboração dos pratos, que é de Cabo Verde e apresenta perda da acuidade visual.

A adaptação à nova realidade, mesmo que momentânea, suscitou reações as mais inesperadas. Perguntas como: “Já fui servido?”, “É pra comer com a mão mesmo?”, “O que estou comendo?”, se repetiam por todas as mesas. JANTAR ES 2Alguns convidados demonstravam desconforto por terem que pegar com as mãos o prato de entrada. Outros, optavam por sentir o cheiro do alimento antes de levar à boca. A, até então, simples tarefa de comer de garfo já não parecia tão simples assim.

Em meio aos gestos comedidos e robóticos, muitas salvas de palmas e sensação de vitória pessoal quando cada um acertava os ingredientes de cada prato que acabara de ser servido, e que eram revelados pela professora Verônica Mattoso.

Ao final do Jantar às Escuras, aliviados por removerem a venda, emoção e confraternização entre todos e uma certeza expressa nas felicitações ao chef Ernani: a compreensão sobre as infinitas possibilidades do ser humano.

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