Uma vitrine para a UFRJ
O que será feito do espaço antes ocupado pelo Canecão foi o principal tópico da reunião do Conselho Diretor do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) realizada no dia 6 de setembro com a presença do reitor Carlos Levi, de representantes de cinco das seis Decanias (CCMN, CCS, CLA, CFCH e CCJE), dos órgãos vinculados ao FCC (Editora, Museu Nacional, Sibi e Casa da Ciência) e do SINTUFRJ. O Conselho analisou as diretrizes gerais do “Projeto Arena Minerva de Música e Arte” (Amma), proposta elaborada pelo Comitê Técnico do Plano Diretor UFRJ 2020 e apresentada pelo coordenador do Fórum, Prof. Carlos Vainer.
O que será feito do espaço antes ocupado pelo Canecão foi o principal tópico da reunião do Conselho Diretor do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) realizada no dia 6 de setembro com a presença do reitor Carlos Levi, de representantes de cinco das seis Decanias (CCMN, CCS, CLA, CFCH e CCJE), dos órgãos vinculados ao FCC (Editora, Museu Nacional, Sibi e Casa da Ciência) e do SINTUFRJ. O Conselho analisou as diretrizes gerais do “Projeto Arena Minerva de Música e Arte” (Amma), proposta elaborada pelo Comitê Técnico do Plano Diretor UFRJ 2020 e apresentada pelo coordenador do Fórum, Prof. Carlos Vainer.
Composto por orientações sobre “o processo de retomada do espaço e de elaboração do projeto institucional, cultural e artístico que deverá fundar as bases da nova Arena”, o documento é formado por sete pontos que abrangem desde o conceito de espaço público até a forma de gestão pública apropriada para a nova estrutura. De modo geral, as diretrizes constantes do documento foram favoravelmente acolhidas, em particular as que se referem a gestão pública, caráter não comercial, compromisso com a educação e formação, abertura para a classe artística e uso do espaço para grupos culturais de representação da UFRJ. Alguns conselheiros colocaram em dúvida o nome proposto – A discussão, contudo, concentrou-se na Arena Minerva de Música e Arte. Houve acordo quase geral de que o espaço da UFRJ deverá, de alguma forma, abrir espaço para espetáculos de natureza comercial, sem que isso ameace o caráter público e a preocupação com a acessibilidade de diferentes públicos aos espetáculos e shows. A ideia da democratização do acesso à cultura deve dominar a programação, mas esta deve abrir espaço para manter a nova casa de espetáculos como lugar de destaque no cenário da música popular carioca e brasileira.
O Prof. Carlos Vainer destacou que o primeiro ponto a ser considerado é “o que se quer fazer no espaço para depois, então, discutir as formas de gestão”. O Coordenador do Fórum ressaltou que prioriza a relação daquele espaço, requalificado, com a cidade e o enxerga como lugar simbólico e patrimônio do Rio de Janeiro. Ao defender um modelo de gestão pública e sem fins lucrativos para o novo espaço, o Prof. Vainer prevê que o local será a vitrine da UFRJ, um “centro de pulsão cultural da cidade”.
O Conselho Diretor do Fórum de Ciência e Cultura optou por não votar o documento, mas de encaminhá-lo ao debate da comunidade universitária, a fim de recolher propostas e sugestões.
Também estavam na pauta da reunião do Conselho Diretor informes sobre a desocupação do imóvel reintegrado à UFRJ, sobre o seminário Você faz Cultura e a respeito do projeto Universidade da Cidadania.
Constituído por uma Escola Superior da Cidadania e por um Centro de Formação para o Setor Público (composto por um Centro Educacional e por um Albergue da Cidadania), o projeto tem por objetivo contribuir para a democratização da esfera pública através da transferência de saberes especializados para servidores do Estado, para organizações da sociedade civil e militantes de movimentos populares. Tendo havido duas reuniões com unidades e docentes que já estão desenvolvendo atividades de formação, seja de servidores públicos, seja de organizações da sociedade civil ou movimentos populares, o projeto encontra-se em fase de consolidação. Para elaborar um minuta para a discussão, foi constituído grupo de trabalho integrado pelo Prof. Carlos Vainer (Coordenador do FCC), Profa. Mavi Pacheco Rodrigues (Diretora da ESS), Profa. Ivana Bentes de Oliveira (Diretora da ECO), Gonçalo Guimarães (Coordenador da ITCP/COPPE) e Agnaldo Fernandes (Superintendente da PR-4).
O Conselho Diretor do FCC assistiu, em seguida, a apresentação “Valongo, cais dos escravos”, pela Profa. Tania Andrade Lima, arqueóloga coordenadora do projeto de resgate do cais do Valongo, aterrado sob o cais da Imperatriz, pelo qual passaram aproximadamente 1,5 milhão de escravos. Por ser considerado o único ponto de desembarque de escravos documentadamente descoberto nas Américas, o local ganhou projeção internacional e pode ser declarado patrimônio da humanidade.
Até o momento, milhares de itens como ametistas, quartzos, aneis de fibra de piaçava e amuletos foram encontrados nas escavações. Com a pesquisa, a Profa. Tania Andrade Lima pretende contribuir para a superação do que denominou amnésia social. Ao dar visibilidade ao Valongo e trazer à tona sua história, o projeto contribui para a celebração da riqueza cultural trazida pelos negros escravizados e do papel que desempenharam na constituição da nacionalidade brasileira.