NOTA SOBRE DEFESA DE MESTRADO JANETE NASCIMENTO NO ILÊ AXÉ OGUM ALAKORÔ

A nossa Superintendente de Saberes Tradicionais do Fórum de Ciência e Cultura, Profª Drª Marcia Cabral da Costa, do Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS) e da Graduação em Terapia Ocupacional da UFRJ, esteve presente enquanto banca avaliadora da dissertação intitulada “O que nos ensinam os Itan: A Mitologia Yorubá como proposta de enfrentamento ao racismo religioso”. A pesquisa foi desenvolvida pela mestranda do EICOS/UFRJ, Janete Nascimento, conhecida em sua comunidade tradicional de religião de Matriz Africana, como Iya Aja Jemi, orientada pela Profª Drª Samira Lima da Costa, membro do colegiado gestor de criação da Superintendência de Saberes Tradicionais (SuperSaberes/UFRJ), e coordenadora do EICOS, um dos Programas Pós-Graduação que compõem o embrião gestacional da Superintendência.

Imagem 1- Mestranda do EICOS- Janete Nascimento, conhecida em sua comunidade tradicional de religião de Matriz Africana, como Iya Aja Jemi e o Babalorixá Paulo de Ogum, líder espiritual do Ilê Axé Ogun Alakoro, sede administrativa do Quilombo de Bongaba – Quilombá (Magé-RJ)

É a primeira vez que uma defesa de mestrado da UFRJ é realizada num terreiro de Candomblé, marcando a potência de se ter um espaço de gestão dos saberes tradicionais na UFRJ, com o propósito de construir um política de inclusão desses saberes, bem como de seus mestres e suas mestras na Universidade, de forma integrada às diferentes instâncias internas e externas da Universidade. A comunidade tradicional é o Ilê Axé Ogun Alakoro, sede administrativa do Quilombo de Bongaba – Quilombá (Magé-RJ), que por meio desta pesquisa, passa a compor as ações do Projeto Museu Vivo de Saberes Tradicionais da UFRJ, criado este ano de 2023 pela SuperSaberes.

Imagem 2- Comunidade tradicional de religião de Matriz Africana -Ilê Axé Ogun Alakoro (Magé-RJ) presente na defesa de mestrado de Iya Aja Jemi (Janete Nascimento)

A integração entre EICOS e SuperSaberes se alinha ao compromisso de criar estratégias de apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, instituída pelo Decreto no 6.040, de 2007, tendo como ênfase o reconhecimento, o fortalecimento e a garantia dos seus direitos, reorientando os processos de produção de conhecimento e de se fazer pesquisas, considerando a participação de mestres e mestras das tradições como agentes ativo dos processos, e não como objetos de pesquisa. No mesmo dia, logo após a defesa de mestrado, a superintendente esteve junto da equipe técnica do SEE/MN/UFRJ – Setor de Etnologia e Etnografia do Museu Nacional da UFRJ, na recepção das peças de obras de arte produzidas pelos mestres tradicionais e artistas Jonathan
Nobre, Jorge Nobre e Wellington Soares, todos pertencentes ao Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró, com a colaboração do Babalorixá Paulo de Ogum e de Bia Nunes, presidente da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro – ACQUILERJ. As peças que trazem as representações dos orixás através do olhar dos artistas, irão compor a coleção das futuras exposições do Museu Nacional/UFRJ. A Superintendência de Saberes Tradicionais da UFRJ frente ao reconhecimento da grandiosidade da reconstrução das obras do MN, diante desse importante movimento de valorização e inclusão de mestres-artistas das tradições como agentes protagonistas deste processo, afirma seu compromisso de contribuir e potencializar ações e políticas ligadas aos saberes tradicionais na UFRJ.

Imagem 3- Wellington Soares (mestre tradicional e artista /Ilê Axé Ogun Alakoro), Crenivaldo Veloso (historiador/SEE/MN/UFRJ), Pai Paulo de Ogum (Babalorixá/Ilê Axé Ogun Alakoro), Marcia Cabral da Costa (superintendente de saberes tradicionais da UFRJ), Jorge Nobre (mestre tradicional e artista /Ilê Axé Ogun Alakoro), Michele de Barcelos Agostinho (historiadora/SEE/MN/UFRJ), Jonathan Nobre (mestre tradicional e artista /Ilê Axé Ogun Alakoro), Paula de Aguiar Silva Azevedo (conservadora e gerente de coleções/SEE/MN/UFRJ)