Nota oficial sobre a morte da indígena rezadora Guarani Kaiowá, Nhandesy Sebastiana Gauto e seu esposo, Nhanderu Rufino

Nota oficial sobre a morte da indígena rezadora Guarani Kaiowá, Nhandesy Sebastiana Gauto e seu esposo, Nhanderu Rufino

NOTA OFICIAL

Quando completamos exatos 33 dias da perda brutal e violenta de Mãe Bernadete Pacifico, nos deparamos com a notícia da morte da indígena rezadora Guarani Kaiowá, Nhandesy Sebastiana Gauto, e seu esposo, Nhanderu Rufino, que morreram  carbonizados dentro da Casa de Reza da Aldeia Guassuty, onde há forte suspeita de ato criminoso motivado por intolerância religiosa no dia 18 de setembro de 2023.A morte de lideranças religiosas Guarani Kaiowá é a consequência final de diversas ações motivadas por discursos de ódio, a intolerância religiosa e o racismo religioso recorrente nos territórios Kaiowá e Guarani , diante do avanço desenfreado dos fundamentalistas religiosos em territórios indígenas.
Em 2022 tivemos o assassinato da liderança  Estela Verá, que de acordo com sua comunidade “era uma pessoa fundamental, que tinha ampla participação na vida e na recuperação daquele território e também na manutenção dos aspectos de espiritualidade próxima”.Quando perdemos lideranças como Estela Verá, Mãe Bernadete do Patrocínio e Nhandesy Sebastiana Gauto, perdemos parte da nossa história,  memória, parte da vivacidade de um povo. É revoltante que a colonialidade à brasileira seja ainda tão pulsante ao ponto de nos arrancar a vida. É inadmissível a quantidade de notas de repúdio e pesares que somos obrigados a produzir diante de tantas brutalidades, ainda cometidas nesse Brasil.
Somamos nossas vozes em repúdio, revolta e cobrança a respeito dos últimos acontecimentos, pois o que estamos acompanhando é um verdadeiro genocídio. Exigimos que as medidas jurídicas e políticas sejam tomadas, pois não é mais aceitável que nossas lideranças religiosas sigam sendo exterminadas e o Brasil siga sendo um dos países em que mais se mata defensores de Direitos Humanos. É urgente que as lideranças religiosas sejam protegidas.

Redes de Saberes Tradicionais da UFRJ
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