4ª edição do Forcult Sudeste promove debate sobre políticas públicas de cultura

  Mesa de abertura do Forcult Sudeste contou com profissinais atuantes na área da cultura […]

 

Mesa de abertura do Forcult Sudeste contou com profissinais atuantes na área da cultura

Por Camila Costa e Camila Guirelli

O 4° Fórum Gestão Cultural das Instituições de Ensino Superior da Região Sudeste (Forcult Sudeste) foi realizado nos dias 24 a 26 de agosto. Espaço de encontro e debate sobre a elaboração de propostas e diretrizes sobre políticas culturais, o evento se iniciou com a mesa temática “Cultura, gestão e trabalho em rede”, com a participação da Superintendente de Difusão Cultural do FCC, profa. Adriana Schneider, Fábio Cerqueira (UNICAMP), Fernando Mencarelli (UFMG) e Karlili Trindade, produtora cultural do Espírito Santo. A mediação coube a Aline Portilho, produtora cultural pelo IFFluminense. A programação do evento ainda contou com sessões de relatos de experiências divididos em 4 eixos, 5 grupos de trabalho, que refletiram sobre temáticas específicas propostas pelos GTs Nacionais, e por fim a Mostra Cultural, ainda disponível para o público neste site

Na mesa de abertura, a coordenadora do 5° Forcult Nacional e pró-reitora adjunta de extensão e cultura da Universidade Federal de Goiás (UFG), Flavia Maria Cruvinel, expressa como as Instituições Públicas de Ensino Superior formam uma grande plataforma cultural e que temos que manter essa rede operante, trabalhando em prol das formulações de políticas públicas para o nosso país e formular políticas estruturantes a médio e longo prazo. Com isso, o Forcult foi criado em 2017 como forma de reunir os trabalhadores de cultura, gestores, técnicos, professores, docentes para fortalecer as ações de cultura nas suas instituições. Tendo assim, trabalhos em conjunto para o fortalecimento da cultura no nosso país. 

Além disso, a professora salientou o momento que vivemos hoje no setor cultural, com a ausência do Ministério da Cultura, a interrupção de políticas públicas de cultura que estavam sendo desenvolvidas de forma coletiva. 

Também presente na mesa de abertura, a coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e vice-presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, Tatiana Roque disserta que as IPES estão sofrendo muito porque hoje, além dos cortes de verbas, problema esse que já vinha se arrastando ao longo dos anos, sobretudo desde 2016, há também o ataque a própria liberdade de expressão dentro das instituições.

Cultura e Pensamento – universidades e as políticas culturais

O debate sobre o papel das universidades no campo da cultura já acontece há alguns anos. Em 2015, o Fórum de Ciência e Cultura realizou um ciclo de debates no âmbito do programa de Cultura e Pensamento, cujo objetivo era promover o diálogo para além da barreira das pesquisas e debates acadêmicos, criando novas conexões entre diferentes saberes. Realizado em parceria com o extinto Ministério da Cultura, atual Secretaria Especial da Cultura vinculada ao Ministério do Turismo, foram realizadas cinco mesas temáticas em diferentes universidades. Foram elas: a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Federal de Goiás (UFG), a Universidade Federal do Pará (UFPA), além da própria UFRJ.

O registro destes debates foi reunido na publicação de mesmo nome – baixe aqui o documento. Naquele momento, já estava posta a crise de valores na sociedade brasileira e as possíveis saídas pela cultura contra proliferação do discurso de ódio. De lá para cá, o campo da cultura vem sofrendo cada vez mais cortes, houve a extinção do Ministério próprio e culminando com os incêndios do Museu Nacional e, mais recentemente, o da Cinemateca. Diante de tantas adversidades, é cada vez mais urgente pensar sobre as possibilidades de atuação das universidades e institutos de ensino superior no campo das artes e da cultura.

Neste sentido, eventos como o Forcult e a II Conferência Interuniversitária de Cultura, realizada em maio deste ano pelo Fórum Interuniversitário de Cultura, do qual o FCC/UFRJ também faz parte, se tornam locais de resistência e reflexão para as artes e a cultura das universidades. A próxima oportunidade de acompanhar o debate destas pautas acontecerá no final deste mês de setembro, nos dias 28, 29 e 30, quando será realizado o 5° Forcult Nacional pela Universidade Federal de Goiás.

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