FCC realiza encontro da comunidade universitária para debater o projeto do Centro de Arte e Cultura
O Fórum de Ciência e Cultura (FCC) realizou na segunda-feira, 18/3, reunião aberta na sala do Consuni, para apresentar à comunidade universitária o andamento do projeto do Centro de Arte e Cultura, localizado na Avenida Venceslau Brás, 215 e debater as configurações do novo equipamento cultural.
A reunião, convocada pelo Reitor da UFRJ, Roberto Leher (foto à esq.) e pelo Coordenador do Fórum de Ciência e Cultura, Carlos Vainer (foto à dir.), contou com a participação de cerca de 40 pessoas, entre professores, diretores de centro, decanos, produtores culturais e membros da equipe do projeto.
A expectativa é que o espaço, onde funcionou a casa de espetáculos Canecão, e cujo novo nome ainda não decidido, seja destinado à promoção de atividades e eventos artísticos e culturais internos, mas também de fora da Universidade, abrigando exposições, espetáculos, encontros científico-acadêmicos, entre outras ações.
Apresentação das diretrizes gerais
O Fórum é responsável por conduzir o debate na comunidade sobre o formato acadêmico-artístico e institucional do que será o novo Centro de Arte e Cultura. Essa atribuição do FCC decorre de seu papel na coordenação da Política Cultural e Artística da UFRJ, conforme aprovado pelo CONSUNI em janeiro de 2018.
O Coordenador Carlos Vainer apresentou aos participantes um documento – divulgado previamente – com as diretrizes gerais propostas pelo Fórum para o novo equipamento cultural e aprovadas por seu Conselho Diretor, em 6 de setembro de 2013. Enumeradas em dez pontos, as propostas fazem parte do “esforço coletivo para buscar os caminhos que permitam devolver à cidade e aos cariocas, espaço de tão grande significado para todos nós”, expõe o documento.
Entre as diretrizes destacam-se: a concepção do local como espaço público e de cooperação pública; seu compromisso com a formação artística e cultural da juventude e com a escola pública; seu autofinanciamento e equilíbrio financeiro, além de uma gestão profissional.
Integrantes da equipe executiva do projeto, Nadine Borges e Vicente Ferreira, estiveram presentes na reunião esclarecendo o formato e o andamento do projeto de valorização do patrimônio imobiliário da Universidade, desenvolvido em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A iniciativa prevê a avaliação do potencial econômico-financeiro do patrimônio imobiliário da UFRJ, que poderá ser o lastro para a obtenção de recursos para a construção do novo Centro de Arte e Cultura e outros investimentos da UFRJ.
Com área total de 3.797 m², o local deve ter como principal espaço uma grande sala de espetáculos. A ideia é que o ambiente funcione como eixo central, conectado a áreas de preparação e desmontagem das apresentações, e ligado às áreas social e comercial a serem construídas. O Centro de Arte e Cultura contará ainda com estacionamento subterrâneo para 500 vagas.
Diferente de outras praças culturais, o projeto está sendo planejado para funcionar não como casa de espetáculos, mas como centro de cultura e um espaço multiuso, capaz de acolher diferentes formatos de apresentação e atividades, como explica Vainer. “É a ideia de vários espaços em um só”. Um ambiente adaptável, que poderá receber desde shows de música popular até apresentações de música clássica, para grande público ou plateias reduzidas.
Roberto Leher salientou a importância de pensar coletivamente “um espaço que dê conta da complexidade que é a UFRJ em sua produção de cultura”. “Queremos um espaço que tenha a cara da UFRJ hoje”, completou.
Além do suporte às várias manifestações artísticas – teatro, música, cinema e multimídia – o espaço irá acolher exposições, feiras, convenções e encontros científico-acadêmicos e promover o acesso e a participação de estudantes em atividades de integração com os grupos de arte da UFRJ. “Esse é também um espaço, por excelência, dos nossos Grupos de Representação Artística Institucional (Garins)”, lembrou o coordenador do FCC. Para ele, além de acolher os Garins, o centro deve promover a abertura para grupos artísticos e iniciativas culturais de outras universidades públicas . O desejo é dialogar com manifestações artísticas que estejam além dos muros da UFRJ. “Queremos acolher grupos artísticos e de cultura de nossa cidade, em um espaço que seja da arte não mercantil, da arte e da cultura universitária, incluindo outras universidades com as quais trabalhamos em cooperação”, apontou Vainer, que definiu o imóvel como futuro patrimônio cultural não apenas da Universidade, mas da cidade do Rio de Janeiro e da sociedade carioca.
“Um bom começo”
Esclarecendo dúvidas iniciais dos participantes, Leher e Vainer assinalaram a importância de novas reuniões para aprofundar cada uma das dez diretrizes contidas no documento.
Para o coordenador do FCC, “esse foi um bom começo para que a comunidade universitária seja protagonista na concepção e implementação de um novo Centro de Arte e Cultura, público, comprometido com a cultura e arte públicas, um espaço para os alunos de nossos cursos de arte e para nossos Garins, um grande centro de democratização do acesso à arte, voltado para a juventude e as escolas públicas”.
A próxima reunião será na 2ª feira, 1º de abril, às 14h, no Salão Moniz de Aragão, no Palácio Universitário, na Praia Vermelha.
Texto: Victor Terra – Fórum-UFRJ | Fotos: Eneraldo Carneiro – Fórum-UFRJ