NEABI emite nota de pesar pelo falecimento de Glória Maria

Jornalista tinha 73 anos e lutava contra um câncer de pulmão

 

Nesse dia de Iemanjá, orixá que é sinônimo de força, vida e vaidade, tão semelhante à Glória Maria, o NEABI manifesta sua dor e admiração por essa jornalista em quem tantas mulheres negras se espelharam e que continuarão se espelhando por gerações.

 

GLÓRIA MARIA UM ÍCONE DO TELEJORNALISMO BRASILEIRO

A Jornalista Glória Maria, filha do alfaiate Cosme da Silva e da dona de casa Edna Matta, abriu muitos caminhos para mulheres na carreira e em especial no grupo de mulheres negras.

Foi a primeira pessoa negra a utilizar a Lei Afonso Arinos (1951), primeira norma contra o racismo no Brasil,  quando ninguém sabia que a Lei existia, na ocasião foi impedida por um gerente de acessar um hotel na Zona Sul, que disse que negro não podia entrar. Enfrentou o preconceito e denunciou sem se limitar  às suas experiências pessoais, com fala firme e consciente, expunha o racismo no Brasil. Amava viver e fortalecia o seu papel de ícone da televisão mostrando em suas matérias a importância da diversidade por todo o mundo.

Em sua trajetória profissional participou de entrevistas expressivas e aventureiras, tendo sido correspondente internacional na cobertura da guerra das Malvinas e outros conflitos políticos. Nas entrevistas, com uma escuta atenta, ensinamento de sua avó, conseguia revelar diferentes perspectivas de seus entrevistados. 

A diversidade cultural com as quais pode conviver em suas viagens – visitou 163 países do mundo – moldou e reestruturou a pessoa de Glória Maria, enquanto pessoa negra, mulher negra, cidadã negra e profissional negra.

Adotou duas meninas negras provando a elas que a vida poderia ser o que elas quisessem, com esforço pessoal, dignidade e ética . Da mesma forma, mostrou a cada geração de homens e mulheres brasileiras que a seguiram, por conta de  sua intensa aparição na TV, que o lugar da pessoa negra e especialmente da mulher negra  é qualquer lugar que ela queira estar. Sempre se revelou marcante, ousada, independente  e libertária.

Glória precisa ser lembrada não apenas no dia de hoje, mas sempre, por sua luta e representatividade na mídia brasileira e internacional, bem como enquanto digna representante dessa parcela preta/negra do Brasil.

Que sua Mãe Yemanjá possa recebê-la de braços abertos, como boa mãe que é, acolhendo-a nessa nova trajetória da sua existência. 

Direção NEABI- UFRJ

GT Notas -NEABI -UFRJ

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